Alerta: Aeróbio em Jejum

28 de abril de 2015

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Hoje vamos falar de uma prática polêmica que está invadindo as academias: aeróbio em jejum (AEJ). E como todo “modismo fitness”, acaba sendo seguido por muitas pessoas sem conhecimento ou preparo para tal. A proposta do post foi da minha personal Fernanda Manhães e em comum acordo com minha nutricionista Bárbara Martins, já deixamos claro que o Blog Thaíssa Carvalho é contra a prática por uma série de fatores que vamos explicar a partir de agora:

Aeróbio em jejum é um exercício praticado após um período de jejum de aproximadamente 7-9 horas, realizado por uma faixa de tempo de 30 a 40 minutos em uma intensidade moderada . O objetivo é a redução do percentual de gordura. Porém, para haver a queima de gordura, é necessário um jejum de 12 horas. Menos que esse período, ainda temos reservas de glicose no fígado, que serviria de fonte de energia e não utilizando a gordura {por isso jejum de 12 horas para fazer exame de sangue com medição de glicose sanguínea}. No jejum, ocorre a perda de massa muscular pois os aminoácidos presentes na musculatura servem também como fonte de energia para o exercício (#alertaflacidez). Alguém quer perder massa?! Eu não!

De acordo com a literatura, com os niveis muito baixos de glicose (principal fonte de energia do cérebro), a fonte predominante de produção de energia são as gorduras. Na prática os resultados dos efeitos do jejum sobre a queima de gorduras ainda são contraditórios. Estudos mostraram as respostas hormonais em atividades aeróbicas em duas situações: em jejum de 12h e com ingestão de carboidratos antes do treino. Nos resultados deste estudo, houve maior queima de gordura em jejum, baixo níveis de glicose e insulina. Porém, os níveis de cortisol (#alertaretençãohídrica) praticamente duplicaram, o que pode levar a uma maior utilização de proteínas musculares como fonte energética (perda de massa muscular). Com o cortisol alto nessa prática em jejum, não é recomendado para indivíduos estressados. Quem não é estressado hoje em dia? O indivíduo que resolveu fazer exercício em jejum, avaliou os níveis de cortisol sanguíneo pela manhã ou fez teste salivar para cortisol?

Além disso, o AEJ também não é recomendado para os diabéticos ou pessoas com alteração nas taxas de insulina. Novamente,  fez exame de sangue para medir insulina? Tem resistência insulínica? Outro risco é o de hipoglicemia em pessoas mal condicionadas. Pessoas bem condicionadas físicamente e com boa alimentação são capazes de utilizar a gordura como fonte de energia sem precisar forçar isso com jejum, porém as que não são, vão utilizar a glicose de mais fácil acesso, que no caso seria a sangüínea. Conclusão: cataploft! Mocinhas e moçoilas pagando mico na academia. Fora o risco de se machucar.

Na verdade, qualquer atividade física pode elevar os níveis cortisol. Naturalmente pela manhã ocorre o pico deste hormônio e a tarde/noite, ele começa a reduzir. Isso é fisiológico, é necessário o cortisol estar mais aumentado pela manhã (nos faz despertar). E a noite, estar mais reduzido (para podermos dormir). O proprio jejum induz a liberação do cortisol. Ai o indivíduo acorda e vai treinar em jejum, para elevar ainda mais os níveis desse hormônio catabólico (degradação de proteína muscular, consequentemente perda de massa muscular). Por isso que numa reeducação alimentar é muito importante fazer um café da manhã com fonte de carboidrato, de preferência sempre com índice glicêmico baixo e fonte de proteína, ajuda da modulação hormonal do cortisol. Outro malefício desse tipo de exercício é a produção de corpos cetônicos (produzidos pela degradação de proteína muscular como fonte de energia)¸ responsáveis pela acidose sanguínea (PH sangüíneo ácido), conseqüente queda no rendimento¸ além de toxicidade quando presente em grandes quantidades.

Portanto, além de ser um exercício que gera muito estresse ao organismo,  existem meios melhores para diminuição do percentual de gordura. Como por exemplo, não se alimentar no pós treino por 30 minutos, nem whey protein. O famoso HIIT, atividades de curta duração com alta intensidade para gerar um maior efeito EPOC (gasto calorico – consumo de oxigênio pós exercício ) pós treino, dieta hipoglicidica e entre outros.

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Enfim, voltamos a tecla que sempre batemos aqui no Blog. A melhor maneira de conseguirmos resultados com saúde e duradouros é o equilíbrio entre atividade física, alimentação saudável e mente sã. Soluções da moda, dietas mirabolantes e cirurgias são soluções paliativas. Se não tiver cuidado constante, volta tudo. E o pior, pode trazer consequências para a saúde. Nosso corpo é o nosso maior bem, cuide dele com carinho.

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Beijocas,

Thaíssa, Fernanda Manhães e Barbara Martins.

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  1. Layres disse:

    Eu conheço bem meu corpo e sei que só de ficar em jejum para fazer exame já não me sinto bem, imagina se fizesse jejum combinado com aerobico? Não ia dar muito certo. Rsrs. Já houveram vezes em que eu fui fazer atividade física mesmo tendo me alimentado (só acho que n foi a alimentação correta hehe) e no final do treino me deu hipoglicemia saí de lá tremendo, vendo tudo embaçado, com náusea. Que vexame!!!! 🙁
    Por isso é bom bater sempre na mesma tecla, comer de forma saudável diariamente + exercícios regulares = corpo em forma. Não adianta fugir muito disso.
    Post muito bom Fernanda e Barbara!!! 😀
    Beijos Tha!

  2. Karolina Monteiro disse:

    É isso aí! Nosso corpo é nosso maior bem. Não entendo essas pessoas que buscam soluções rápidas em técnicas mirabolantes. Como você sempre disse e continua reafirmando: não adianta só exercício físico (muito menos adianta fazer essas loucuras da moda), sem ter uma boa alimentação, uma mente equilibrada. Boa dica pra galera que topa qqr parada sem saber o mal que pode estar causando a si mesmo, meninas! Bjs